Quem nunca seguiu a conta oficial de uma editora através das redes sociais que atire a primeira pedra!

Admirável Mundo Novo

Invasão de privacidade, subtracção fraudulenta de dados pessoais ou sujeição a episódios arbitrários e gratuitos de desrespeito – eis alguns dos contra-argumentos mais comummente invocados – e com razão – entre os cépticos das virtudes digitais, nomeadamente das plataformas de social media. Porém, se a muitos o título da distopia e magnum opus de Aldous Huxley será mais do que suficiente para invocar imagens de um futuro dantesco e medonho, susceptível de causar calafrios e sonhos maus, em verdade devemos reconhecer que o universo virtual, conquanto repleto de minas e armadilhas, não carece propriamente de méritos, entre os quais se contam o acesso supersónico e ilimitado a um corpus infindável de conhecimento.

As Vantagens, as Desvantagens e o Veredicto

Ora, se existem entidades dedicadas à transmissão desse saber de valor incalculável, essas entidades são as editoras de livros, padroeiras da Ciência, da Filosofia, da Poesia. Nesta categoria estão desde logo à cabeça, como é evidente, as casas especializadas em publicação de manuais escolares e/ou académicos, posto representarem um papel imprescindível no que concerne à passagem de testemunho em matéria de erudição. Porém, não figuram solitariamente neste rol, contando com a companhia das difusoras de ficção e romance histórico, de ensaio, ou ainda de conteúdos artísticos.

Assim sendo, como conciliar o melhor de dois mundos, permitindo que as editoras alcancem um público cada vez mais vasto e, dessa forma, aumentem as suas respectivas receitas e consigam com maior autonomia dar continuidade à sua senda de instrução das massas?

Websites

Desde logo, através de websites apetrechados com ferramentas imprescindíveis à procura, compra e devolução ou troca de livros por parte de potenciais interessados. Isto é: munidos de motores e de critérios de pesquisa rigorosos e eficazes, assim como de versões actuais dos catálogos; organizados com uma disposição harmoniosa dos elementos; e dotados com secções (‘Sobre Nós’, ‘Contactos’, etc.) intuitivamente acessíveis.

Social Media

Mas qual a utilidade de plataformas afins se, na sua maioria, os cidadãos não estiverem sequer vagamente familiarizados com o reportório ou mesmo com o nome de uma editora? Por isso, nos tempos que correm, talvez o veículo mais satisfatório em matéria de promoção consista mesmo em proceder à criação de contas oficiais em variados portais de social media, salvaguardando a divulgação actualizada de novos títulos, disponibilizando os diversos canais de contacto à disposição, e conservando elementos de relações-públicas empenhados no esclarecimento polido e cabal de clientes efectivos ou hipotéticos. Ambas as modalidades devem ainda ser complementadas com a subscrição de newsletters, extremamente úteis aos clientes alheios às redes sociais.

Claro que, do lado oposto, estão as operadoras virtuais destinadas à comercialização de artigos usados, sendo que, não raras vezes, os objectos que os utilizadores mais procuram dentro dessa categoria são precisamente os livros. Ora, é natural que, em face de circunstâncias socioeconómicas, os cidadãos vasculhem por alternativas menos dispendiosas, mesmo que em possível detrimento da integridade dos artigos ou da segurança das transacções. O que, em todo o caso, não deixa de representar um obstáculo às pretensões das editoras – as quais devem, não obstante, seguir trilhando o seu caminho, cientes das limitações e das dificuldades, mas sempre de olhos postos no futuro e no seu derradeiro propósito.